Emoções a Flor da Pele
- Vanessa Abrahams
- 20 de set. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 29 de out. de 2024

Publicado em 20 de setembro de 2021
Por Vanessa Abrahams
Porque é tão importante reter informações sobre nós mesmos
O mundo corporativo havia lidado pouco com as questões emocionais dos colaboradores no ambiente de trabalho. E por muito tempo foi assim. No momento em que você entrasse no escritório, qualquer questão que não fosse profissional, ficava lá fora e não “causaria” interferir na produtividade e desempenho profissional. Será que dava certo?
Mas vamos imaginar uma situação: um Gestor, tem uma reunião importante no dia seguinte para defender seu budget de vendas para o ano seguinte. Para isto, se preparou por algumas semanas, utiliza-se de todo seu conhecimento técnico e de formação acadêmica em Administração e Marketing, colocando todos os conhecimentos aprendidos na elaboração. Na noite anterior a sua apresentação para Diretoria, acaba tendo um desentendimento com sua esposa, brigando e deixando a possibilidade de separação, de uma relação de muitos anos. Quando vai para a reunião na manhã seguinte, seus pensamentos agora estão ocupados com o que ocorreu de errado no relacionamento, e sua energia e motivação necessárias para utilizar das experiências e conhecimentos, não foram suficientes. Acabou ficando distante, pensativo, introspectivo, e com dificuldades de contribuir ativamente.
“Pois é, isto acontece, e acontece muito mais do que imaginamos. E assim, muito erros são cometidos, os quais poderiam ter sido evitados, se a pessoa estivesse emocionalmente mais equilibrada e engajada com o processo.”
A emoção basicamente regula nossos comportamentos, o emprego de nossas habilidades e conhecimentos, e a boa gestão das nossas interações sociais.
A pandemia trouxe tudo isto muito mais à tona. E como separar? Dá para separar?
Conversei estas duas últimas semanas com aproximadamente 50 líderes da área Comercial, de médias e grandes empresas, para entender quais foram os grandes desafios enfrentados nesta fase e vou resumir em algumas palavras:
· Qualidade dos relacionamentos;
· Engajamento
· Clareza de papeis
Como adaptar tudo isto no home office? Quem faz o que em casa? Quem ajuda com as tarefas dos filhos? Como os filhos compreenderem que o pai ou mãe estão em casa, mas não é hora de brincar? Tarefas domésticas, quem faz o que? Como fazer gestão do meu funcionário a distância? Como persuadir sem olho no olho?
De repente tudo se misturou. E agora? Uma nova transição em andamento, como voltar?
Uma das habilidades da Inteligência Emocional, que é capacidade de compreender as EMOÇÕES dos outros e como as suas palavras e ações afetam, apareceu com força total. E na maioria dos casos, ter conhecimento, não foi suficiente.
Portanto, uma área em que os humanos podem ter em vantagem sobre as máquinas, ainda é a capacidade de discernir o que é importante, interessante, confuso, alegre, irritante, comovente e assim por diante - e usar isto para tornar nossas vidas melhores.
"Um indivíduo com um alto QI e baixa Inteligência Emocional, não necessariamente terá melhor desempenho do que um outro, com QI mediano, mas com Inteligência Emocional alta – pois esta pessoa terá uma maior habilidade para se relacionar com os outros."
Tem um estudo que demostra que, uma experiência negativa pode ter efeito fisiológico sobre o corpo durante aproximadamente 4h (duração das endorfinas em seus sistemas). Isto significa, que se um funcionário tiver uma experiência negativa, mesmo que não muito intensa, o desempenho dele ficará comprometido por possivelmente 4h. E se tiver mais experiências negativas no mesmo dia, como no trânsito, em casa, antes de sair de casa, possivelmente este indivíduo irá render abaixo do normal praticamente o dia todo.
E mesmo diante de tantos conhecimentos, quando questionei o que fazem para enfrentar estes desafios, ainda 80% buscam títulos e certificados, plataformas de conhecimentos e apenas 20% em investem em autoconhecimento. Muitas pessoas ainda não valorizarem o poder de suas próprias emoções e seus impactos, positiva ou negativamente, então muito dinheiro será desperdiçado todos os dias afetando engajamento, relacionamentos, comunicação e resultados.
E o inverso é igualmente verdadeiro. Se um líder for capaz de fornecer boas experiências para seus colaboradores, as endorfinas positivas, permanecerão no corpo por um período de tempo, diluindo as negativas e melhorando o desempenho, engajamento – a motivação!
A Inteligência emocional é uma das competências mais importantes para ajudar funcionários e líderes a resolver um problema rapidamente.
E a boa notícia é, que é possível desenvolver e ampliar a sua inteligência emocional e identificar por onde começar!
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